Maputo, 8 Outubro 2021 – A partir de hoje o Centro de Saúde de Moamba, na Província de Maputo, dispoe de um novo equipamento LEEP (Loop Electrosurgical Excision Procedure) para o tratamento do câncer cervical. Graça ao projeto “Prevenção e controle das doenças não transmissíveis” financiado pela Agência Italiana de cooperação para o desenvolvimento e implementado por Médicos com África Cuamm em parceria com Comunidade de Sant’Egidio e AIFO, esse equipamento irá ajudar muitas mulheres na prevenção e também no tratamento de um dos cancros mais frequentes em Moçambique. Além dessa donação, um outro equipamento jà foi oferecido anteriormente ao hospital rural de Nhamatanda na província de Sofala.
Participaram na cerimónia de abertura as autoridades locais, nomeadamente o Governador da província de Maputo Julio José Parruque, o Diretor do departamento provincial de saúde Daniel Arlindo Chemane, a Diretora da Agência Italiana de cooperação para o desenvolvimento (AICS) Ginevra Letizia ao lado dos representantes de Cuamm, Comunidade de Sant’Egidio e AIFO, parceiros nesse projeto.
«O centro de saúde de Moamba Sede – diz o Doutor Daniel Arlindo Chemane, diretor da DPS de Maputo – beneficia já há muito tempo do projeto de prevenção e controle das NCD (doenças não comunicáveis) que permitiu salvar muitas mulheres e jovens por meio de atividades de screening e tratamento precoce do HPV. Graça ao novo equipamento de LEEP, será possível criar continuidade entre os serviços de saúde materno-infantil de Moamba e outras 10 unidades sanitárias do distrito o que nos permitirá melhorar o serviço e acrescentar os benefícios para a população».
«A entrega desse equipamento para a realização da LEEP – afirma Giorgia Gelfi, Representante País Médicos com África Cuamm- é parte do compromisso de Médicos com África Cuamm em apoio ao Ministério da Saúde para garantir o acesso a cuidados de qualidade a todas as mulheres moçambicanas. Não acidentalmente a entrega está a acontecer no mês de Outubro que aqui em Moçambique é dedicado à saúde das mulheres. Isso vai lembrar-nos que com recurso a acções concretas de prevenção e cuidados é possível e necessário garantir uma qualidade de vida melhor às mulheres».
Em Moçambique, o cancro do colo do útero é um dos mais frequentes e afeta ¼ do total das mulheres pacientes de cancro. É isso o cancro cuja taxa de mortalidade, agravada pela difusão do HIV, è a mais alta no país. Com vista a abordar esse problema de saúde pública, em 2009 o Ministério da Saúde lançou um programa de controle e prevenção do cancro do colo do útero com o objetivo de envolver todas as mulheres em idade fértil. Em dez anos de atividade, a percentagem de mulheres em idade fértil a fazer screening mudou de 1% (84.900 mulheres) para 23% (1.035.157).
“Esse projeto enquadra-se numa longa política de parceria entre a Agência Italiana de cooperação para o desenvolvimento e o Governo de Moçambique no sector da saúde – declara Ginevra Letizia, Diretoura da Sede AICS em Maputo. – O projeto, que vai apoiar o Ministéiro da Saúde, visa promover o direito a saúde e a melhoria do acesso aos serviços básicos melhorando a disponibiliade e a qualidade dos mesmos com foco em áreas prioritárias como o controle de doenças não transmissíveis e câncer, saúde materno-infantil, HIV, TB e malária e a formação em saúde pessoal”.
O projeto “Prevenção e Controle das doenças não transmissíveis” implementado nas províncias de Maputo, Sofala e Zambézia graça ao apoio da Âgencia Italiana de cooperação para o desenvolvimento em parceria com o Ministéiro da Saúde e em conjunto com as ONGs Médicos com África Cuamm, Comunidade de Sant’Egidio e AIFO tem duração de três anos. Ao termine desse projeto, em dois hospitais e 12 centros de saúdes haverá pessoal instruído, salas com equipamento e um sistema de recolha de dados para garantir serviços de screening e cuidado pelo diabetes, hipertensão e cancro do colo do útero.