O Instituto Agrário de Chimoio (IAC) ganhou um “Mural da Paz”, idealizado por centenas de estudantes vindos de todas as regiões de Moçambique, para numa expressão artística coletiva transmitir com cores vibrantes mensagens de harmonia, solidariedade e esperança.
A obra com o título “Unidos Pela Paz”, foi projetada por meio de cores entusiásticas, com símbolos universais da Paz como pombas, mãos dadas, educação, agricultura, conservação do meio e várias expressões culturais, e transformou um local comum no IAC em um ponto de reflexão e união. A ideia surgiu naturalmente durante o “Diálogos de paz”, o encontro organizado pelo DELPAZ , entre gerações organizado em Julho de 2024 onde estiveram juntos cerca de 800 jovens e adultos numa reflexão profunda sobre a Paz, conversando com Rogério Sitoe, Rafael Shikhani e Eva Trindade.
“É uma forma poderosa de mostrar que a Paz não é apenas um ideal abstrato, mas uma construção diária feita por todos. Com os dois debates que tivemos sobre a Paz aqui no IAC, conseguimos reunir ideias para aperfeiçoar a Paz criando este mural”, disse num sorriso discreto de vitória, Arlete Mapara, durante a inauguração do mural.
A estudante do curso da Agropecuária, participou do “Diálogos de Paz”, organizado pelo DEALPZ – Desenvolvimento local para a consolidação da paz, e do Workshop “Uso da arte para Construção da Paz”, promovido pelo ProPaz – Cultura para Promoção da Paz, Reconciliação e Coesão Social.
O Mural “Unidos pela Paz”, é uma obra de arte colaborativa, fruto de compilação de sensibilidades e diversas opiniões colhidas nos dois encontros do DELPAZ e ProPaz com a comunidade estudantil do Instituto Agrário de Chimoio (IAC) e da comunidade ao redor de um dos mais antigos institutos agrários de África.
“Como formando, e tendo em conta que contribui para a implementação deste ‘Mural de Paz’, eu me sinto feliz, porque é sabido a paz traz alegria, traz harmonia, então viver em paz, sempre foi bom para qualquer pessoa”, destaca Chupicai Francisco, outro estudante a cursar Floresta e Fauna Bravia.
O mural da Paz, com seus elementos visuais cuidadosamente entrelaçados, ilustra a construção de um futuro de harmonia e prosperidade para o povo moçambicano.
A pintura reflete os valores de paz, reconciliação e coesão social, apresentando uma visão compartilhada de um futuro melhor, onde a união e a compreensão mutua são as forças que impulsionam o desenvolvimento coletivo.
Para Teodora Bomba, ponto focal de Desenvolvimento Comunitário e Geração de rendas no projeto ProPaz, e representante da CISP, que lidera o Consórcio ProPaz, anota que a escolha de IAC foi estratégica por: “receber jovens de várias partes do país, e vários deles também passam por questões ligados aos conflitos”.
Mas também “o mural traz grandes benefícios para a comunidade estudantil, por ser um ponto de reflexão para todos os jovens, sobre a temática da Paz”.
Já Carlos Mairoce, representante da componente Italiana do Programa DELPAZ, realça que houve uma conjugação tripartida para a materialização do mural, entre o DELPAZ, ProPaz e IAC, num esforço mutuo que impulsiona o desenvolvimento coletivo.
A obra pintada pelo artista plástico Hamilton Roce, tem a pomba branca, símbolo universal da paz, que abre caminho para a superação dos conflitos, representando a força transformadora da paz.
O edifício do IAC surge como um marco da importância da educação técnico-profissional no desenvolvimento local e na transformação da comunidade. Em seguida o monte Cabeça do Velho se ergue como um símbolo de sabedoria ancestral, a união entre o passado e o futuro, destacando-se como um local histórico e cultural vital para a memoria coletiva
A celebração cultural é marcada por uma dança vibrante e o uso de instrumentos tradicionais que reflete a identidade do povo moçambicano, sendo um momento de união e valorização da sua cultura.
Em harmonia com esse espirito, as formas geométricas e as cores vibrantes no mural simbolizam a diversidade cultural e emocional da comunidade, celebrando a beleza das diferenças, e a união que eles geram, por fim, as mulheres na escola, são representadas como símbolo de em empoderamento feminino e inclusão, um reflexo da transformação das estruturas sociais e da busca por igualdade de oportunidade para todos.
O mural foi pintado no âmbito da implementação do DELPAZ, um programa do governo de Moçambique, implementado em Manica e Tete pela Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento (AICS), em parceria com projecto ProPaz – Cultura para Promoção da Paz, Reconciliação e Coesão Social – cujo consórcio é liderado pelo Comité Internacional de Desenvolvimento do Povo (CISP) – e o Instituto Agrário de Chimoio (IAC).
A inauguração da obra do Mural da Paz coincidiu com o lançamento da Associação de Antigos Estudantes do IAC (AssanteIAC), que vigorosamente destacaram a importância da Paz para o desenvolvimento.
Célio Figueiredo animou os eventos com a sua guitarra e as suas canções sobre a Paz e Desenvolvimento do país.