Do conflito à agricultura: Evelina, um exemplo de renascimento graças ao programa DELPAZ

Em Moçambique, em particular no distrito de Gondola, na província de Manica, uma mudança positiva está a transformar vidas e comunidades graças ao programa DELPAZ. Este programa está a demonstrar o seu impacto concreto através de histórias de renascimento como a de Evelina, uma antiga guerrilheira envolvida no processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração Social (DDR).

Testemunha desta transformação, Evelina partilhou recentemente a sua experiência através de um artigo publicado no jornal SAVANA. Da sua vida no conflito, está agora a enveredar por um novo caminho centrado na agricultura e no bem-estar da sua família. O seu testemunho é não só uma inspiração, mas também uma prova tangível do valor de programas como o DELPAZ na mudança de destinos e na regeneração de comunidades, e reflecte o sucesso de uma abordagem holística que vai para além da mera assistência, investindo no potencial humano e nos recursos locais.

O Programa DELPAZ procura coordenar esforços entre o governo, os parceiros e as organizações da sociedade civil para investir em infra-estruturas, desenvolvimento agrícola e empreendedorismo. Este esforço tem como objetivo relançar a economia das comunidades afectadas por conflitos em 14 distritos das províncias de Manica, Tete e Sofala. Graças ao financiamento da União Europeia e à implementação da Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento (AICS) em Manica e Tete; da Agência Austríaca de Desenvolvimento (ADA) em Sofala; com o apoio do Fundo das Nações Unidas para o Desenvolvimento do Capital (UNCDF), o DELPAZ apoia a criação de oportunidades para melhorar a vida de muitas pessoas.

Macfrut 2024 apresentada em Maputo

A próxima edição da Macfrut, prevista para o Centro de Exposições de Rimini de 8 a 10 de maio de 2024, foi apresentada em Maputo perante um grande grupo de operadores.

O evento contou com a presença de operadores moçambicanos; do Embaixador italiano Gianni Bardini; do Diretor do Instituto Comércio Externo (ICE) em Maputo, Paolo Gozzoli; do Chefe da Sede Regional da Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento (AICS) em Maputo, Paolo Sertoli, juntamente com alguns funcionários do Departamento VI da AICS e numerosos representantes de organizações internacionais, como a FAO e a UNIDO.

Moçambique, que já participou em várias edições da Macfrut no passado, tem uma necessidade absoluta e urgente de aumentar a sua produção de frutas e legumes e de criar uma cadeia de frio que é atualmente muito deficiente, de tal forma que mais de um terço da produção nacional se perde antes de chegar aos mercados. Os preços das frutas e legumes são muito elevados porque uma grande parte da produção é importada, principalmente da África do Sul, mas também de outros países da região ou mesmo da Índia e da China.

“A busca de tecnologia e bancos interessados em investir na nossa agricultura são as principais razões que nos levaram a participar na Macfrut”, comentou Alcides Cintura, representante do Conselho Empresarial Provincial da província de Manica, “mas gostaríamos que os organizadores e o sistema italiano nos ajudassem a trazer os jovens para assistir aos eventos da feira e ver com os seus próprios olhos que a agricultura não se resume a enxadas e sementes, mas oferece infinitas possibilidades”.

Jaime Comiche, representante da UNIDO, também sublinhou a necessidade de dar muita atenção à participação dos jovens, com visitas técnicas guiadas, que são extremamente importantes do ponto de vista educativo e de inovação.

Alberto Giani, chefe de equipa do sector agrícola do AICS Maputo, recordou como a participação anterior de altos funcionários do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER) na MacFrut apoiou a elaboração do projeto do Centro Agro-Alimentar de Manica (CAAM) – um crédito concecional de 35 milhões de euros concordado com o governo italiano – cujo acordo está atualmente a ser assinado pelo governo moçambicano.

Na capital moçambicana, Valentina Piraccini e Chiara Campanini, representantes da Cesena Fiera, ilustraram as oportunidades que a feira oferece ao sector e a toda a cadeia de abastecimento de frutas e legumes, sublinhando que uma das actividades que levam a considerar a Macfrut como “aberta todo o ano” é o impulso de internacionalização que a feira realiza para toda a cadeia de abastecimento de frutas e legumes entre uma edição e outra. A novidade que foi apresentada em Maputo é a Academia Macfrut, a inovadora plataforma digital e educacional da Macfrut, que se destina aos profissionais do sector com vídeo-aulas destinadas a aprofundar temas de interesse global, cadeias de abastecimento individuais, técnicas de produção e tecnologias, funcionando como um verdadeiro hub para se manter conectado com o sector a nível internacional 365 dias por ano.

Federica de Gaetano, funcionária do Departamento VI da AICS, ilustrou a estratégia de cooperação italiana para o desenvolvimento rural e a segurança alimentar.

Do debate que se seguiu a esta “fase” de ilustração, os operadores presentes confirmaram o seu forte interesse em participar na Macfrut.

Inauguração da exposição o “O Corpo da Mãe” e do documentário “Barrigas”

No dia 10 de outubro de 2023, teve lugar a cerimônia de inauguração da exposição “Corpo da Mãe” e a exibição do documentário “Barrigas”, ambos produzidos pelo artista italiano Angelo Ghidoni (nome artístico Aghi), no âmbito de um projeto de emergência financiado pela Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento (AICS). O evento organizado pela AICS em colaboração com a Embaixada de Itália em Maputo, teve lugar no emblemático Teatro-Scala e reuniu mais de 100 convidados, incluindo representantes do governo, membros do corpo diplomático, agências das Nações Unidas, estudantes, jornalistas, entre outros. A exposição estará aberta do dia 10 a 17 de Outubro de 2023.

A cerimônia teve início com um discurso Embaixador da Itália em Moçambique, Gianni Bardini, no qual  relembrou que “a história da cooperação italiana em Moçambique é profunda, em prol do país e dos mais desfavorecidos.” Destacou a importância de compartilhar histórias para “atrair a atenção e contribuir para um mundo mais equitativo e sustentável”, ressaltando que essas narrativas também “demonstram o profissionalismo, o compromisso e a dedicação da cooperação italiana”.

O Director da Sede AICS em Maputo, Paolo Sertoli, contextualiazou como essas obras artísticas são representativas de uma iniciativa que desempenhou um papel importante na melhoria das condições de vida das pessoas afetadas pelos ciclones Idai e Kenneth, beneficiando cerca de 400.000 pessoas, incluindo Rabeca, Mariazinha e Julieta, as protagonistas do documentário “Barrigas”. Referindo-se à próxima celebração do Dia Internacional da Mulher Rural (15 de outubro), Paolo Sertoli apelou a todos os presentes para trabalharem juntos no sentido de enfrentar os muitos desafios que as mulheres rurais enfrentam.

Em seguida, os visitantes puderam apreciar as 17 fotografias em preto e branco da exposição “O Corpo da Mãe,” na qual o artista Aghi explora a unidade corporal entre mãe e filho nas três províncias de Moçambique que beneficiariam da Iniciativa de Cooperação: Cabo Delgado, Manica e Sofala.

O evento prosseguiu com a projecção do documentário “Barrigas”, ambientado na Casa Mãe Espera em Manica. Essas instalações próximas aos centros de saúde desempenham um papel crucial no aumento dos partos seguros, contribuindo assim para a redução da mortalidade materna e infantil. O filme apresenta as experiências de três mulheres à medida que elas se preparam para dar à luz.

Após a exibição do documentário, abriu-se um espaço de diálogo e reflexão entre o artista Aghi e o público na plateia, no qual emergiu o importante papel social do filme, mesmo que ele se concentre em histórias de vida extremamente pessoais. O artista encerrou sua participação com o sincero desejo de em breve compartilhar o documentário com as protagonistas Rabeca, Mariazinha e Julieta.

Para ver o documentário, pressione  este link.

 

Celebrando 110 Anos do Museu de História Natural de Maputo com o Apoio da Itália

No dia 9 de Outubro de 2023, teve lugar a celebração dos 110 anos do Museu de História Natural de Maputo. O evento contou com a presença do Embaixador de Itália em Moçambique, Gianni Bardini, da Directora do Museu de História Natural, Lucília Chuquela, do Reitor da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), Manuel Guilhermo Júnior, do titular da Sede Maputo da Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento (AICS), Paolo Sertoli, assim como representantes do Governo, Corpo Diplomático, agências das Nações-Unidas e sociedade civil.

O Museu, inaugurado em 1913 como Museu da Província de Maputo, ao longo dos anos, tornou-se num farol na preservação e promoção da rica biodiversidade e diversidade cultural de Moçambique. Por exemplo, ele abriga uma coleção de 175 mil insectos e conta com mais de 500 artefactos relacionados a diversas áreas, como dança, escultura, música, ourivesaria, cerâmica e cestaria. Além disso, é a instituição mais visitada de Moçambique, recebendo 32 mil visitantes por ano, o que o torna um importante polo turístico do país.

O Museu passará agora por uma reabilitação no âmbito do programa RINO, que é financiado pela AICS. Este projeto, com um financiamento de 9,5 milhões de euros, visa assegurar a conservação da biodiversidade e inclui o financiamento das obras de requalificação do Museu, as quais começarão no início de 2024 e e terão uma duração de pelo menos um ano.

No seu discurso, o Embaixador de Itália em Moçambique, Gianni Bardini, enfatizou que, uma vez reabilitado, o Museu se tornará “uma valiosa ferramenta educacional sobre a biodiversidade e os ecossistemas locais” e um “espaço importante para a pesquisa e formação de jovens investigadores”. Concluiu a sua intervenção destacando que a requalificação do Museu é “um projeto que representa uma perla da nossa cooperação, algo que perdurará, será benéfico e trará grandes vantagens para Moçambique”.

Por seu lado, Lucília Chuquela, a Directora do Museu, expressou a sua profunda gratidão pelo apoio contínuo do Governo da Itália à instituição, destacando ainda que quando as obras terminarem “vamos ter um Museu moderno, capaz de responder cabalmente as funções de educação, exposição e investigação”.  Já o Reitor da UEM, Manuel Guilhermo Júnior, desafiou a instituição a valorizar o investimento feito, de modo a “ tornar-se um Museu de referência em África e no mundo”.

Após a conclusão dos discursos, os visitantes tiveram a oportunidade de explorar os painéis expositivos que detalham o processo de requalificação do Museu. O evento encerrou-se com um concerto realizado pelo artista Rajih Ali.

 

Entrevista com o Professor Albino Duvane: A Cooperação entre a AICS e a REMOTELINE para a Inclusão de Pessoas com Deficiência Auditiva em Moçambique.

Hoje celebramos o Dia Internacional da Língua de Sinais, a data visa destacar a importância das Língua de sinais na garantia dos direitos humanos de pessoas com limitações auditivas.

 Em Moçambique, de acordo com os últimos dados oficiais do Instituto Nacional de Estatística (INE) em 2017, existem 68.000 pessoas com deficiência auditiva e mutismo. As pessoas com deficiência auditiva enfrentam vários desafios, incluindo a falta de uma língua gestual universalmente reconhecida. Em todo o mundo, existem mais de 300 variedades de línguas gestuais, o que torna a comunicação mais complexa para as pessoas que crescem em diferentes regiões. Esta diversidade linguística acrescenta mais barreiras à comunicação, a par de limitações na educação inclusiva e do risco de discriminação.

Para assegurar o acesso à informação para pessoas com deficiência auditiva, a AICS tem colaborado com a empresa moçambicana REMOTELINE. Por exemplo, durante a Conferência Nacional de Educação de Qualidade em julho, seis intérpretes da REMOTELINE proporcionaram tradução em Língua de Sinais em todas as sessões. Na FACIM, a AICS contou com dois intérpretes da REMOTELINE para traduzir palestras e o discurso do Embaixador de Itália em Moçambique, Gianni Bardini, no Dia da Itália.

Para comemorar o Dia Internacional da Língua de Sinais, realizamos uma entrevista com o Professor Albino Duvane, fundador da REMOTELINE. Durante esta conversa, exploramos os desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência auditiva em Moçambique, discutimos potenciais soluções e examinamos o papel crucial que a cooperação desempenha na promoção da inclusão dessas pessoas. Para obter mais informações, continue lendo.

AICS Sede de Maputo: Antes de mais, queria agradecer-lhe a sua disponibilidade. Como surgiu a necessidade de estudar as línguas de sinais?

Professor Albino Duvane: Uma vez, eu estava com um colega a fazer um trabalho de sensibilização sobre a malária na Província de Gaza. Numa casa encontramos uma pessoa com deficiência auditiva, como não conhecia a Língua de Sinais, não pode partilhar informação de como proteger-se desta doença. Fiquei muito frustrado por não conseguir interagir com esta pessoa e partilhar esta mensagem importante.

Isso me deixou com um sentimento de culpa e acendeu uma chama de responsabilidade social. Eu percebi que a pessoa com deficiencia auditiva não tinha culpa de não poder ouvir ou falar oralmente; a responsabilidade de ajustar a comunicação era minha. Decide aprender a Língua de Sinais.

AICS Sede de Maputo: Conte-nos então como aprendeu a língua de sinais?

Professor Albino Duvane: A minha aprendizagem teve lugar com um jovem com deficiência auditiva que esteve na minha aldeia ensinando a lingua de sinais numa convenção religiosa. Ele compartilhou alguns conhecimentos básicos comigo, mas só pôde ficar por três dias. Após isso, fiz pesquisas online para aprender mais sobre a língua de sinais americana, embora tenha tido que adaptá-la às necessidades da nossa comunidade, pois os sinais locais eram diferentes. Naquela época, não havia uma escola de língua de sinais em Maputo, foi um processo autodidata, com orientação de algumas pessoas.

AICS Sede de Maputo: Quando comecou a trabalhar para a inclusão das pessoas com deficiência auditiva?

Professor Albino Duvane: Quando vim para Maputo, comecei a auxiliar no Hospital Central de Maputo, onde uma amiga médica trabalhava. Eu ajudava na interpretação quando havia doentes com deficiencia auditiva.

Colaborei com a Associação dos Surdos e trabalhei em parceria com o FAMOD (Fórum das Associações Moçambicanas de Pessoas com Deficiência). Isso me permitiu entender melhor como as pessoas com deficiência lidam com suas dificuldades diárias, especialmente em relação à comunicação. Essa experiência criou em mim um forte senso de responsabilidade e um desejo de criar algo que pudesse ajudá-las.

AICS Sede de Maputo : Como surgiu então a ideia de fundar a REMOTELINE?

Professor Albino Duvane : Com a chegada do COVID-19 em 2020, já não podia mais ajudar presencialmente os doentes no Hospital Central de Maputo. Foi quando surgiu a ideia de prestar serviços remotamente, e assim nasceu a “RemoteLine”. A plataforma foi criada para continuar apoiando pessoas com deficiência auditiva, mesmo no contexto da COVID e de forma remota.

AICS Sede de Maputo: Durante quase três anos de existência, quais foram os sucessos da empresa?

Professor Albino Duvane: Fizemos um trabalho de advocacia e sensibilização com a Assembleia da República, solicitando que todas as sessões plenárias que passassem na Televisão tivessem interpretação em lingua de sinais. Desde 2021 que isso acontece, oque foi um grande êxito. Colaboramos também com a Embaixada dos Estados-Unidos da América, ensinando a todo o staff a linguagem de sinais, incluindo o Embaixador. Por último referir que a FAMOD, além de ser o nosso parceiro, é também cliente.

AICS Sede de Maputo: Oque significa para a REMOTELINE e para si colaborar com a Cooperação Italiana? Como avalia a colaboração com a AICS no âmbito da FACIM e da Conferência Nacional de Educação de Qualidade ? 

Professor Albino Duvane: É uma grande honra trabalhar com a Cooperação Italiana. A Itália é um grande exemplo  na inclusão de pessoas com deficiência. Trabalhar com vocês proporciona oportunidades de melhoria das nossas intervenções em prol das pessoas com deficiência auditiva.  É também uma oportunidade para dar continuidade aos nossos projectos.

No que diz respeito à segunda pergunta, trabalhar em ambos os eventos foi de extrema importância. Os nossos intérpretes conseguiram realizar traduções simultâneas em Língua de Sinais para todas as conferências e mesas redondas da Conferência Nacional de Educação, cumprindo assim o lema do evento “Por uma Educação de Qualidade, Inclusiva e Equitativa em Prol do Desenvolvimento Sustentável’.

Além disso, foi uma grande honra participar na FACIM. Uma das nossas intérpretes sentiu-se profundamente honrada por realizar a tradução simultânea da intervenção do Embaixador da Itália em Moçambique, Gianni Bardini, no dia de Itália. Participar da FACIM também nos proporcionou a oportunidade de interagir com diversas entidades e apresentar a REMOTELINE, com o objetivo de promover a inclusão das pessoas com deficiência auditiva em Moçambique

AICS Sede de Maputo : Quais são as principais barreiras que as pessoas com deficiência auditiva enfrentam em Moçambique ?

Professor Albino Duvane: A questão da educação tem sido uma grande barreira para as pessoas com deficiência auditiva, principalmente no uso das línguas de sinais

O maior desafio enfrentado pelos surdos é quando não há língua de sinais disponíveis. Se eles forem a um hospital sem um intérprete, o diagnóstico e tratamento adequados se tornam problemáticos. Tudo se resume à questão da comunicação. A chave para superar essas dificuldades é garantir o acesso à língua de sinais em todos os serviços prestados.

AICS Sede de Maputo: Qual é a importância de ter datas, como o Dia Internacional da Língua de Sinais ?

Professor Albino Duvane: Estas datas são essenciais para refletir sobre a necessidade de apoio às pessoas com deficiência auditiva, lembrando que, apesar dos avanços sociais, ainda existem pessoas que precisam de atenção devido à negligência das suas necessidades de comunicação. Resumindo, estas datas são oportunidades para sensibilizar e lembrar a todos sobre a importância de apoiar as pessoas com deficiência auditiva.

 

 

 

 

 

 

 

Um novo escritório para a AICS em Moçambique: Inaugurado o escritório em Chimoio

Inaugurazione ufficio chimoio

Sexta-feira, 20 de Janeiro de 2023, foi inaugurado um novo escritorio de programas da Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento (AICS) na cidade de Chimoio (Província de Manica).

Na presença da Governadora da Província de Manica, Francisca Domingos Tomás, do Embaixador da Itália em Moçambique, Gianni Bardini, e do Titular da Sede AICS Maputo, Paolo Enrico Sertoli, o novo escritório foi apresentado à população e às autoridades locais.

A Província de Manica é de grande importância para a Sede AICS Maputo, que ao longo dos anos tem estabelecido uma forte rede de relações e programas na zona. De facto, o novo escritório de programas tornar-se-á o centro logístico de dois importantes programas, agora nas suas fases iniciais:

AID. 12300 – DELPAZ – Desenvolvimento Local para a Consolidação da Paz em Moçambique, é um programa do governo moçambicano financiado pela União Europeia com o objectivo de contribuir para a consolidação da paz a nível subnacional em Moçambique. O programa funciona actualmente em 14 distritos nas províncias de Manica, Tete e Sofala, onde são realizadas actividades para reforçar as instituições locais, beneficiando a população que mais sofreu com as consequências do conflito.

AID. 12248 – AS MULHERES NO SUSTENTA, que visa promover o desenvolvimento rural e a criação de emprego nas zonas rurais da Província de Manica através do apoio ao Programa MADER 2020-2024 e à iniciativa SUSTENTA, com enfoque nas mulheres produtoras.

Para além destes dois programas, AICS já está presente em Manica com outros projectos importantes que já estão bem estabelecidos, pelo que encontrará uma nova base no novo escritório da AICS em Chimoio. Em particular:

A iniciativa AID 11671 “Melhoramento do desenvolvimento inclusivo e sustentável das cadeias de abastecimento agrícola, incluindo o típico café Ibo”, em colaboração com a UNIDO, com o objectivo de aumentar a geração de rendimentos para pequenos produtores em Cabo Delgado e Manica, através da promoção de cadeias de abastecimento inclusivas e sustentáveis nos sectores das frutas e legumes e do café.

A iniciativa AID 9021 “Programa de Apoio ao Desenvolvimento Rural (PADR) nas Províncias de Manica e Sofala”, lançada em 2010, implementada por MADER através do Fundo de Fomento Agrário e Extensão Rural (FAR, FP) com o objectivo de melhorar o rendimento e as condições sociais das populações rurais nas Províncias de Manica e Sofala.

A cerimónia de inauguração do novo escritório de programas foi também uma ocasião para entregar quatro camiões de cinco toneladas e quatro motorizadas para o potenciamento dos serviços agrícolas locais, adquiridos ao abrigo do programa AID. 9021 – PADR.

 

No final da cerimónia, o Embaixador italiano Gianni Bardini e o Titular da Sede Paolo Enrico Sertoli tiveram a oportunidade de visitar os distritos de Vanduzi e Macate, onde puderam falar com os beneficiários dos programas financiados pela AICS e ver os resultados alcançados até à data nas áreas de intervenção.

 

 

 

 

 

Inauguração Centro de Saúde de Namaacha  

Foi inaugurado na quarta-feira o Centro de Saúde da Naamacha, depois das obras de reabilitação, resultado da da parceria activa entre as autoridades moçambicanas e aos fundos da Agência Italiana de Cooperacao para o Desenvolvimento (AICS).

A cerimónia contou com a presença do Governador da Província de Maputo, José Júlio Parruque, a Administradora do Distrito de Namaacha, Suzete Alberto Dança, o Director dos serviços distritais da Saúde, Nelson Silva, as Autoridades locais, os profissionais da saúde, os beneficiários desta obra, e o director do Gabinete de Maputo da Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento, Paolo Enrico Sertoli.

Regeneração urbana, qualidade do espaço público e participação dos cidadãos: no Chamanculo C a visita do Munícipio de Reggio Emilia

A delegação do Município de Reggio Emilia concluiu a sua visita a Moçambique com uma visita ao bairro Chamanculo C em Maputo, onde a Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento está a apoiar o Governo de Moçambique tanto na concepção como na implementação de intervenções para restaurar os principais serviços básicos.

A delegação de Reggio Emilia, liderada pelo Presidente da Câmara Luca Vecchi e pela Sra. Bruna Ganapini Soncini, visitou o Jardim de Infância “Mamanas de Chamanculo”, actualmente frequentado por 22 crianças, que estão a realizar trabalhos de reabilitação e adaptação, bem como cursos de formação para gestão de jardins de infância e cursos de profissionalização para o ensino primário.

Houve grande emoção quando um pequeno grupo de crianças disse os slogans contra a violência, “Abaixo a violência doméstica”, e a favor da fraternidade, “Os olhos de cada criança devem ver nos olhos da outra criança o seu irmão”.

Após um breve passeio pelas vielas do bairro, que estão a ser ampliadas, juntamente com o Director da AIC de Maputo, Paolo Enrico Sertoli, e o Embaixador de Itália, Gianni Bardini, a delegação foi recebida pelas autoridades do Conselho Municipal de Maputo – em particular pela Directora do Gabinete de Desenvolvimento Urbano, pela Directora Adjunta da Direcção Municipal de Acção Social, e o Vereador do Distrito de NhamanKulu – no Centro Comunitário Chamanculo C.
Também é o objecto do “RIGENERA”, o programa que, para além das infra-estruturas urbanas, promove o desenvolvimento económico e a protecção ambiental no bairro com o envolvimento participativo dos cidadãos, financiado pela AICS e implementado pela AVSI, a Fundação E35, o Município de Milão e o Município de Reggio Emilia.

Regeneração urbana, qualidade do espaço público e participação dos cidadãos são as palavras-chave do programa RIGENERA. Na Agenda da Cooperação Italiana em Moçambique, o desenvolvimento urbano tornou-se um dos sectores prioritários da última década”, disse Paolo Enrico Sertoli, “Os resultados obtidos até agora são significativos e encorajam-nos a continuar nesta direcção.
E como disse o presidente da câmara de Reggio Emilia, “em poucos quilómetros e num curto espaço de tempo, cobrimos os tópicos que são fundamentais para o desenvolvimento sustentável e que nos devem guiar para uma visão mais humana das cidades.
“Fiquei muito satisfeita pelo modelo utilizado ser participativo”, comentou a Sra. Bruna, uma figura histórica na amizade que liga Reggio Emilia a Moçambique. “Só com a participação dos cidadãos, tanto em Maputo como em Reggio Emilia, podemos pensar no desenvolvimento sustentável e humano”.

Itália e Moçambique: uma longa história de amizade num website dedicado

O Cine-Teatro Scala, em Maputo, viveu momentos de grande emoção na cerimónia de lançamento do website dedicado à amizade entre Moçambique e Itália, quando o Prof. Doutor Brazão Mazula recordou as etapas da longa história que liga os dois Países.

Uma história feita de amizade, solidariedade e cooperação “dinámica, fléxivel e realista”, nas palavras do antigo Reitor da Universidade “Eduardo Mondlane”.

Brazão Mazula recordou também as conversas que manteve com o antigo Embaixador de Itália em Maputo, Manfredo Incisa di Camerana, aquando das negociações que levaram ao Acordo Geral de Paz bem como a dispobilidade manifestada por um outro Embaixador de Itália em Maputo, Ugo de Mohr, que se disponilbizou para a reabilitação da Fortaleza de Maputo, “hoje um ponto turístico importante para a capital do País”, e de todos os acordos técnicos e culturais que Itália assinou com Moçambique no âmbito da cooperação universitária.

O Embaixador Gianni Bardini explicou como surgiu a ideia de um website dedicado à história da amizade entre Itália e Moçambique,  como “a ideia nasceu de uma conversa com Oscar Monteiro sobre o tema da memória: a intensa cooperação e amizade que tem ligado Itália e Moçambique desde antes da independência merece um espaço a ser cultivado e salvaguardado, especialmente este ano com o trigésimo aniversário do Acordo de Roma”.

O objetivo do website é criar um lugar virtual de referência onde documentos e materiais relacionados com a história das relações italo-moçambicanas possam convergir. Como observou o Embaixador Bardini, “Moçambique tem uma população muito jovem, enquanto alguns dos protagonistas desta amizade, como o antigo Embaixador Incisa di Camerana, já não estão connosco. Por isso, é importante preservar – também em benefício das gerações futuras – a memória de como a Itália e Moçambique cooperaram nos mais variados campos para construir as instituições do jovem e nascente Estado nacional Moçambicano”.

O website – disponível gratuitamente no link: https://italomozhistoria.com  configura-se como um arquivo digital que recolhe material documentário, impressão, material fotográfico e testemunhos desta rica tradição de encontros e cooperação entre os dois países, com o objetivo de impedir que esta memória se perca, também em benefício das gerações futuras. O arquivo estará aberto ao contributo de todos aqueles que foram protagonistas desta viagem comum, que podem contactar a Embaixada para reportar documentos na sua posse para serem incluídos no site.

 

Agricultura Urbana nas zonas verdes de Maputo: um desafio importante

A 4 edição do “Dia de Campo” da Agricultura urbana, organizado pelo Conselho Municipal de Maputo, foi a ocasião para o staff da Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento (AICS) apreciar as iniciaitvas em curso do Projecto AGRI-URB (AID 12270/01/1), implementado pela WeWorld- GCV e Fondazione AVSI.

Em particular, o director da Sede AICS de Maputo, Paolo Enrico Sertoli, viu de perto as machambas de algumas associações de camponeses que trabalham na zona verde da capital moçambicana, que são beneficiárias do projecto AGRI-URB financiado pela AICS.

Bem interessante foi a demonstração do processo de produção de biopesticida com várias plantas, tais como folhas de papaia, de piri-piri, de folhas de moringa etc. levada a cabo pela Associação Djaulane, que está a ser apoiada pelo projecto. Os produtores tiveram formações para o melhoramento do trabalho de compostagem e de biofertilizante.

O staff da AICS apreciou o sistema de irrigação, na machamba da Associação Graça Machel, que pretende ser reabilitado pelo projecto AGRIURB para melhorar o sistema de irrigação existente bem como a experimentação da Lona Biodegradavél, da Associação Massacre de Mbuzini.

“Ao encorajar a promoção de empreendimentos agro-ecológicos haverá não só um impacto positivo nos rendimentos nas zonas verdes da capital e um aumento da produção alimentar sustentável para os merca dos locais – comentou o director da AICS Maputo –  mas também mudanças tangíveis numa consciência crescente da ligação entre produção e saúde nutricional e um reforço das capacidades de planeamento em resposta aos desafios globais”.

Ao “dia de Campo” participaram estudantes em várias faculdades de agronomia da capital do País juntos no lema “por uma agricultura urbana resiliente” para se inteirarem das actividades em curso em agro-ecologia nas zonas verdes de Maputo – que sofrem uma redução continua devido ao aumento da construção.